Na manhã desta terça-feira (08) aconteceu o I Encontro Latino-americano de Cátedras e Observatórios de Comunicação e Informação, Cultura e Desenvolvimento Social. O evento marcou a apresentação da Cátedra em
Comunicação e Informação INTERCOM – José Marques de Melo, criada em junho de 2019.

A primeira mesa teve como tema “Comunicação e Informação – Movimentos da Unesco”, com moderação de Sônia Jaconi (Intercom) e apresentou como palestrantes Guilherme Canela (Chefe, Área de Liberdade de Expressão e Segurança de Jornalistas, UNESCO), Adauto Cândido (Coordenador do Setor de Comunicação e Informação Unesco Brasil).

Abrindo a manhã de debates, Guilherme Canela (UNESCO) pontuou sobre essa troca de experiências na construção do debate. Com base na sua experiência dentro da instituição, que financia grandes cátedras do Brasil, o palestrante defende como deve acontecer essa produção. “É impossível pensar uma agenda de ensino, de pesquisa, de produção de conhecimento, desde a nossa perspectiva sobre as nossas temáticas, sem que haja uma discussão transdisciplinar com distintas áreas do conhecimento”.

Já o professor Adauto Soares trouxe em sua fala as questões a respeito da atuação da UNESCO no Brasil. O coordenador do setor de comunicação e informação da Unesco no país pontuou sobre a questão da educação midiática, ressaltando o desafio de trabalhar estas questões do Brasil pela maturidade democrática do país. Adauto Soares debateu sobre os problemas que o campo comunicacional enfrenta, sobretudo a respeito dos avanços do mundo digital.

Com esse ponto o coordenador fez uma breve explanação sobre o plano da organização dentro desses setores, que busca unir educação e comunicação na construção do plano de educação midiática informacional. “Não é algo simples, porque o setor de educação é um setor reativo, é um setor que a gente busca muito engajar novos temas, e hoje a gente vive no Brasil essa dificuldade de atualização de currículos”, esclareceu Adauto Soares.

A atuação das Cátedras e Observatórios do Campo da Comunicação e Informação

A segunda mesa do evento trouxe como tema “Atuação das Cátedras e Observatórios do Campo da Comunicação e Informação”, que teve como
palestrantes Liliana Sousa e Silva (Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência), José Miguel Pereira G. (Coordenador Cátedra Unesco de Comunicação da Pontifícia Universidade Javeriana – Bogotá), Roberto Chiachiri (Cátedra de Comunicação Umesp), Edgard Rebouças (UFES / Observatório da Mídia), Maria Helena Weber (OBCOMP) e Pedro Varoni (Observatório da Imprensa / ProJor). A reunião seguiu com a moderação de Sônia Jaconi e Nair Prata representantes do Intercom.

O debate contou com a apresentação das cátedras e observatórios que contribuem em seus anos de trabalho com pesquisas, ensino, investigação e informação para a construção do conhecimento comunicacional. Abrindo a exposição, o evento contou com a participação de José Miguel Pereira G.
(Coordenador Cátedra Unesco de Comunicação da Pontifícia Universidade
Javeriana – Bogotá). O pesquisador apresentou as realizações e projetos da Cátedra colombiana e destacou a investigação da rede sobre a situação dos jornalistas na Colômbia, suas relações com a violência e o estudo mais recente sobre condições de trabalho dos comunicadores sociais colombianos. Uma das principais características da Cátedra da Pontifícia Universidade Javeriana é a publicação anual das pesquisas e estudos.

A segunda exposição foi feita pela representante da Cátedra Olavo Setúbal, que faz parte do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Liliana Sousa e Silva. Segundo a pesquisadora, que apresentou aos ouvintes a criação da cátedra, seu funcionamento e financiamento, a Cátedra Olavo Setúbal tem grande relevância na categoria, sendo um espaço de apoio para professores, pesquisadores visitantes e conferencistas que buscam conhecimento das experiências científicas.

A seguir, a palavra foi dada a professora Maria Helena Weber, do OBCOMP
(Observatório da Comunicação Pública) que integra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que apresentou o funcionamento do observatório e enfatizou sobre a importância de debater e pesquisar sobre a comunicação no espaço público.

“Entendemos a responsabilidade da comunicação sobre a produção dos seus saberes, para poder contribuir pro debate público, estado sociedade mídia e mercado através da comunicação”, ressaltou Maria Helena Weber.

Apresentando outro observatório que fez parte do encontro, o professor Edgard Rebouças falou um pouco sobre o trabalho realizado pelo Observatório da Mídia, que atua no espaço da Ufes. Destacando o projeto Comunicaê, desenvolvido pelos graduandos, o professor reiterou a importância de apresentar projetos de educação para a mídia.

“Eu digo sempre que a gente não tem só que fazer parte, a gente tem que tomar parte. As mídias estão no nosso dia a dia e a gente tem que observar e interferir nessas mídias”, concluiu o pesquisador Edgar Rebouças.

Representando a Cátedra UNESCO/UMESP, o professor Roberto Chiachiri iniciou a apresentação citando o grande teórico da comunicação, o professor José Marques de Melo que, na cátedra Unesco-Metodista, construiu um “espaço que terá sempre a semente do seu saber”.

Roberto Chiachiri salientou o impacto que as pesquisas da cátedra da Metodista buscam causar, dando ênfase à inovação, ações de impacto social, ações humanitárias e à liberdade de expressão.

Para concluir, o palestrante falou sobre a importância do I Encontro Latino-
americano de Cátedras e Observatórios de Comunicação e Informação, Cultura e Desenvolvimento Social. “Esse encontro das cátedras é uma força que a gente une para poder desenvolver aquilo que a gente quer, não só para nossa área mas pro mundo, como diz o tema do Intercom deste ano da utopia à distopia, a gente quer inverter esse jogo e caminhar para uma utopia, um bem supremo”.

Fechando a tarde de debates, o diretor do Observatório da Imprensa, Pedro Varoni, apresentou o trabalho desenvolvido pela instituição que fortalece o debate de crítica da mídia, principalmente na factualidade. O jornalista destacou o Atlas da Notícia, produto de investigação e registro do Observatório, que busca conhecer a realidade dos desertos de notícias, cidades de 100 mil habitantes não tem jornal de notícia, e traçar um mapa de veículos de comunicação local.